Aula do dia 15 de fevereiro de 2016
Neste dia houve aula de apresentação. Foi falado sobre avaliação, A importância de refletirmos, tomarmos a decisão certa, tentando modificar sempre para melhor o meio em que vivemos. A importância de estudar, de traçar metas para se chegar ao objetivo pretendido. Falamos sobre o horário e o livro que adotaremos além de demais textos que serão trazidos para sala de aula. Falamos da importância de zelar pelo compromisso de chegar na hora certa e de não faltar nos dias de aula. Foi um momento muito rico em socialização. A turma é excelente!
Aula do dia 18 de fevereiro de 2016 - Palavras conotativas e denotativas - Falando sobre a diferença da Língua Portuguesa e da Literatura - A importância das figuras de linguagem na Literatura.
(Aula passada por WhatSapp) - Professora com problemas de saúde.
Vídeo link https://www.youtube.com/watch?time_continue=300&v=7gDDnH9sdZI
Vídeo para ser assistido, anotado as definições no caderno e qualquer dúvida, tirar as dúvidas através do Whatsapp.
Denotação e Conotação
A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes exemplos:
A menina está com a cara toda pintada.
Aquele cara parece suspeito.
No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo".
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. Veja:
Marcos quebrou a cara.
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades:
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade.
Resumo das figuras de linguagem apresentadas no vídeo:
Figuras de Linguagem
Antes de tudo vamos falar de “predomínio”. A maioria dos textos têm mais de uma figura de linguagem. Então, na hora de identificar uma figura de linguagem nós temos que pensar naquela que predomina no texto, ou seja, que mais se destaca. Em alguns casos, temos apenas uma, mas em outros, pode aparecer mais de uma no texto.
Vamos começar com a figura de linguagem que se apresenta na maioria dos textos:
Metáfora - É uma comparação implícita. O que significa que não existe nenhum elemento que identifique uma comparação como: Que nem... Tal qual... Como...
Ex.: Meu pensamento é um rio subterrâneo.
(Fernando Pessoa)
(Observe que pensamento e rio estão sendo comparados, mas sem a palavra “como”)
Leia esses versos de Chico Buarque
“Sua boca é um cadeado / E meu corpo é uma fogueira”.
(Observe que o eu lírico mantém uma relação de similaridade entre os termos “boca” e “cadeado”, de modo que as características do “cadeado” (fechado) sejam atribuídas à “boca”. O mesmo ocorre entre os termos “corpo” e “fogueira” (ambos são quentes). E não aparece nenhum termo comparativo.
Atenção para a dica! A maioria das metáforas vem com o verbo “ser”
Comparação ou símile - Muito parecida com a metáfora é a comparação. A diferença é que a comparação vem com um termo comparativo: como..., que nem... Tal qual..., Assim como...)
Ex.: Ela pesca que nem meu pai.
Antítese - É uma oposição, porém que tenha lógica.
Ex.: O Corpo é grande, e a alma é pequena.
Paradoxo - É uma oposição que não tem lógica. Perde o sentido
Ex.: O amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente.
(Comões)
Metonímia - A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:
Ex.: Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
Ex.: Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)
Ex.: Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)
Ex.: Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
Ex.: Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno.)
Ex.: Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)
Ex.: Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)
Ex.: Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)
Catacrese - Trata-se de um tipo de metonímia que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Ex.: "asa da xícara" "batata da perna" "maçã do rosto" "pé da mesa" “braço da cadeira" "coroa do abacaxi"
Hipérbole - Exagero.
Ex.: Estou morrendo de vontade de fazer xixi.
Ex.: Rios te correrão dos olhos se chorares. (Olavo Bilac)
Sinestesia - Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Ex.: Olha esse cheiro!
Ex.: No silêncio escuro do seu quarto, ela dormia.
Eufemismo - Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.
Ex.: Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor (= morreu)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Prosopopeia ou Personificação - Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos:
Ex.: As pedras andam vagarosamente.
Ex.: O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
Ironia - Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os exemplos abaixo:
Ex.: Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.
Apóstrofe = vocativo
Ex.: Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus! (Castro Alves)
Elipse - Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos:
Ex.: A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
Ex.: Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira.
Nesse exemplo, as desinências verbais de “tenho” e “amo” permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".
Ex.: Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
Ex.: As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)
Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos “e” e “nem”. Observe o exemplo:
Ex.: "Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza”.
Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas.
Ex.: Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. / "Vim, vi, venci." (Júlio César)
Pleonasmo - Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Veja este exemplo:
Ex.: O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Ex.: Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Ex.: Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto pleonástico.
Ex.: "Vi, claramente visto, o lume vivo." (Luís de Camões)
"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)
“E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)
"O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)
Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos:
Ex.: Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Ex.: Vamos subir para cima.
Anáfora - É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por pronomes relativos. Assim, observe o exemplo abaixo:
Ex.: Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é um termo anafórico, já que se refere a um amigo anteriormente referido. Observe outro exemplo:
"Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)
Hipérbato / Inversão
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração.
Ex.: Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)
Figuras de Som
Aliteração
Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo.
Exemplos: Três pratos de trigo para três tigres tristes.
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
"Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
Cruz e Souza (Aliteração em "v")
Assonância
Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos:
"Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral."
Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade.
Ex.: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Aula do dia 22 de fevereiro de 2016 - Texto referente à escola literária do Romantismo - Literatura.
Atenção, alunos! É para colocar no caderno!!!!